Partidos portugueses com reacções opostas
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Partidos portugueses com reacções opostas
Partidos portugueses com reacções opostas ao referendo na Irlanda
13.06.2008 - 20h15 Lusa, PÚBLICO
Os
partidos portugueses que votaram a favor da ratificação do Tratado de
Lisboa lamentaram hoje a vitória do “não” no referendo irlandês, mas
dizem ser necessário respeitar o voto popular. Já a oposição de
esquerda considera que o resultado da consulta obriga os líderes
europeus a abandonar o diploma.
Numa declaração lida esta tarde
na sede do partido, a líder do PSD disse que o “não” irlandês cria “uma
situação preocupante e um contratempo sério no processo de construção
europeia”.
Apesar de sublinhar que o resultado da consulta
“deve ser respeitado”, Manuela Ferreira Leite entende que o “processo
de ratificação deve prosseguir” nos oito países que ainda não o
fizeram, a fim de facilitar a saída de um impasse em que a UE se
encontra mergulhada.
O mesmo entendimento foi manifestado pelo
porta-voz do PS, para quem a União Europeia “não pode desistir do
Tratado de Lisboa”. “Os 27 estados membros da UE, incluindo a Irlanda,
têm de encontrar uma fórmula para se ver como se evolui e se sai desta
situação”, defendeu.
Já o líder do CDS-PP diz que este resultado
obriga os líderes europeus a negociarem “alterações ou de excepções” ao
tratado. “Se há um referendo tem que se respeitar o resultado. Se os
irlandeses votaram negativamente é porque tiveram as suas razões e, em
democracia, quando se chama o povo soberano não se respeita esse povo
soberano só quando se está de acordo com ele”, afirmou Paulo Portas, em
declarações aos jornalistas.
Paulo Portas considerou “muito
provável que a Irlanda tenha aproveitado a seu favor a circunstância de
ser o único país da União a fazer um referendo. “Provavelmente, faz o
que já fez uma vez: dar um sinal crítico, obrigar a uma negociação ou
de excepções para a Irlanda ou de alterações ao tratado e obter no fim
um resultado melhor”, explicou.
Avisando contra uma eventual
diabolização da Irlanda, o líder popular sustentou que os
Estados-membros devem ser “democratas” e “pacientes”. “A construção
europeia não pode ser feita por decreto, não é um processo automático,
tem que contar com os povos, não pode ser feito sem eles nem contra
eles. Há uma dificuldade, é preciso ultrapassá-la com inteligência”.
Esquerda quer abandono do tratado
Em
sentido oposto, a oposição de esquerda considera que o chumbo dos
eleitores irlandeses representa o fim do tratado negociado pelos
líderes europeus após o fracasso da anterior Constituição europeia.
“O
Tratado de Lisboa acabou”, garante a eurodeputada comunista Ilda
Figueiredo, para quem o referendo irlandês “mandou para o caixote do
lixo da história um projecto de Tratado que era uma autêntica burla
política”.
Saudando a “significativa derrota imposta aos
projectos de aprofundamento do neoliberalismo, federalismo e
militarismo” de Bruxelas, a eurodeputada diz que o Governo português
“deve tirar as ilações desta derrota, tanto mais que apostou tudo neste
Tratado e o considerou a grande bandeira da sua Presidência”.
O
PCP alerta ainda “para as manobras dos que, à semelhança do que sucedeu
com a rejeição popular na França e Holanda, pretendem agora manter a
ratificação de um Tratado que está juridicamente morto”.
Também
o eurodeputado do Bloco de Esquerda se congratulou com a vitória do
“não”, considerando que os eleitores irlandeses concretizaram um desejo
“de todos os europeus que queriam votar [neste tratado] e foram
impedidos pelos seus Governos”. Criticando os que defendem a
continuação do processo de ratificação, Miguel Portas garante que,
“neste momento, o Tratado de Lisboa está morto”.
Já a comissão
executiva do Partido Ecologista Os Verdes saudou “o povo irlandês por
ter sido a expressão do descontentamento que grassa em relação ao
actual modelo de construção Europeia”. Para o PEV, o resultado deste
referendo “prova que quando se dá a palavra ao povo, sobre o modelo de
construção europeia, o povo responde de forma diferente das elites e
dos líderes europeus, e essa resposta não pode ser ignorada”.
13.06.2008 - 20h15 Lusa, PÚBLICO
Os
partidos portugueses que votaram a favor da ratificação do Tratado de
Lisboa lamentaram hoje a vitória do “não” no referendo irlandês, mas
dizem ser necessário respeitar o voto popular. Já a oposição de
esquerda considera que o resultado da consulta obriga os líderes
europeus a abandonar o diploma.
Numa declaração lida esta tarde
na sede do partido, a líder do PSD disse que o “não” irlandês cria “uma
situação preocupante e um contratempo sério no processo de construção
europeia”.
Apesar de sublinhar que o resultado da consulta
“deve ser respeitado”, Manuela Ferreira Leite entende que o “processo
de ratificação deve prosseguir” nos oito países que ainda não o
fizeram, a fim de facilitar a saída de um impasse em que a UE se
encontra mergulhada.
O mesmo entendimento foi manifestado pelo
porta-voz do PS, para quem a União Europeia “não pode desistir do
Tratado de Lisboa”. “Os 27 estados membros da UE, incluindo a Irlanda,
têm de encontrar uma fórmula para se ver como se evolui e se sai desta
situação”, defendeu.
Já o líder do CDS-PP diz que este resultado
obriga os líderes europeus a negociarem “alterações ou de excepções” ao
tratado. “Se há um referendo tem que se respeitar o resultado. Se os
irlandeses votaram negativamente é porque tiveram as suas razões e, em
democracia, quando se chama o povo soberano não se respeita esse povo
soberano só quando se está de acordo com ele”, afirmou Paulo Portas, em
declarações aos jornalistas.
Paulo Portas considerou “muito
provável que a Irlanda tenha aproveitado a seu favor a circunstância de
ser o único país da União a fazer um referendo. “Provavelmente, faz o
que já fez uma vez: dar um sinal crítico, obrigar a uma negociação ou
de excepções para a Irlanda ou de alterações ao tratado e obter no fim
um resultado melhor”, explicou.
Avisando contra uma eventual
diabolização da Irlanda, o líder popular sustentou que os
Estados-membros devem ser “democratas” e “pacientes”. “A construção
europeia não pode ser feita por decreto, não é um processo automático,
tem que contar com os povos, não pode ser feito sem eles nem contra
eles. Há uma dificuldade, é preciso ultrapassá-la com inteligência”.
Esquerda quer abandono do tratado
Em
sentido oposto, a oposição de esquerda considera que o chumbo dos
eleitores irlandeses representa o fim do tratado negociado pelos
líderes europeus após o fracasso da anterior Constituição europeia.
“O
Tratado de Lisboa acabou”, garante a eurodeputada comunista Ilda
Figueiredo, para quem o referendo irlandês “mandou para o caixote do
lixo da história um projecto de Tratado que era uma autêntica burla
política”.
Saudando a “significativa derrota imposta aos
projectos de aprofundamento do neoliberalismo, federalismo e
militarismo” de Bruxelas, a eurodeputada diz que o Governo português
“deve tirar as ilações desta derrota, tanto mais que apostou tudo neste
Tratado e o considerou a grande bandeira da sua Presidência”.
O
PCP alerta ainda “para as manobras dos que, à semelhança do que sucedeu
com a rejeição popular na França e Holanda, pretendem agora manter a
ratificação de um Tratado que está juridicamente morto”.
Também
o eurodeputado do Bloco de Esquerda se congratulou com a vitória do
“não”, considerando que os eleitores irlandeses concretizaram um desejo
“de todos os europeus que queriam votar [neste tratado] e foram
impedidos pelos seus Governos”. Criticando os que defendem a
continuação do processo de ratificação, Miguel Portas garante que,
“neste momento, o Tratado de Lisboa está morto”.
Já a comissão
executiva do Partido Ecologista Os Verdes saudou “o povo irlandês por
ter sido a expressão do descontentamento que grassa em relação ao
actual modelo de construção Europeia”. Para o PEV, o resultado deste
referendo “prova que quando se dá a palavra ao povo, sobre o modelo de
construção europeia, o povo responde de forma diferente das elites e
dos líderes europeus, e essa resposta não pode ser ignorada”.
Vitor mango- Mensagens : 304
Data de inscrição : 04/06/2008
Re: Partidos portugueses com reacções opostas
Pois…
- “Parece que um argumento decisivo para a vitória do Não na Irlanda foi a convicção de que dessa forma se impediria a legalização do aborto. Bloquistas e comunistas exultam com esse facto, tal como no passado se congratularam com os resultados de referendos na França e na Holanda fortemente determinados por motivações chauvinistas e racistas.”
- Câmara Corporativa"
Rui Aguiar- Mensagens : 135
Data de inscrição : 04/06/2008
Idade : 80
Localização : Cascais
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