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GNR-Mulher imbatível no curso de oficiais

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Mensagem  Admin Dom Jun 15, 2008 1:37 am

GNR
Mulher imbatível no curso de oficiais

Irina Lopes, de 26 anos, está a acabar o curso de oficiais e tem uma média superior a todos os homens
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Quando acabar o curso, Irina pensa comandar uma missão internacional da GNR, em Timor ou noutro local FOTO NUNO BOTELHO

Irina Lopes é a melhor aluna do curso de oficiais da GNR da Academia Militar, numa arma masculina por excelência, a de Infantaria. Tem média de 14,1. É a primeira vez que tal acontece. É a voz de comando no feminino. “Nada me assusta. Sei exactamente o que me espera nas ruas. Quando me alistei sabia isso”. O tom doce da voz contrasta com a determinação nas palavras. Irina, 26 anos, 1,61 metros, 55 quilos, surpreende num mundo de cabelos cortados à escovinha e botas grossas.
A voz de comando sai-lhe suave mas ao mesmo tempo firme o suficiente para fazer os 26 colegas de curso girarem sobre as botas, empunharem as espadas e alinharem os corpos hirtos na formação. Irina verifica se está tudo como mandam as regras. Da varanda das instalações de comando, Irina e a sua “tropa” estão a ser apreciados pelo comandante e segundo comandante da Escola Prática da GNR, em Queluz, onde a turma está a completar o último ano do curso. O general Carlos Chaves e o coronel Rui Pereira são da “velha” guarda mas disfarçam impulsos incómodos. “As mulheres vieram humanizar as instituições e não são foco de perturbação”, afiança o general que lhes atribui “um poder de concentração mais elevado e maior sensibilidade que os homens”.
A coreografia da marcha dos colegas ainda não está com a precisão que Irina quer e ordena mais uma volta na parada. Os comandantes apoiam. A aspirante sabe o que vale e que os colegas de curso a respeitam. “Somos como irmãos”, assente o aspirante Lemos Ferreira, “até nos esquecemos que é mulher. É camarada como outro qualquer”. Irina jura que não sente “gozo” especial pelo facto de ser a melhor num mundo de homens, onde são raras, ainda, as mulheres a comandar: há 21 oficiais na GNR, não chegando a 3% dos oficiais (703).
“O desafio é comigo mesma. Eu defino as minhas metas. Sou exigente. Independentemente de ser a melhor”, assevera. Irina nasceu em Torres Novas e é a mais velha de três irmãos. O gosto pelas artes trá-la para o liceu António Arroio, em Lisboa, onde completou o secundário.
Mas o desafio da carreira militar começou a invadi-la ainda na adolescência. Quando terminou o 12º ano candidatou-se ao Exército e esteve três anos em Engenharia Militar, em Santa Margarida. Findo o contrato nem “hesitou” em concorrer à Academia Militar. Tinha 21 anos. E escolheu a mais dura das armas, Infantaria. “Sabia que assim tinha mais hipóteses de escolha no terreno, ao longo da carreira”, reconhece. “Comandar um destacamento territorial” está na mira. Imagina-se, sem receio, a “comandar um pelotão em Timor, ou noutra missão internacional”. A futura oficial da guarda teve uma recente experiência de comando, no âmbito do curso onde comandou um pelotão de 7 mulheres e 23 homens.
O risco não a faz hesitar. “Hoje em dia qual é a profissão que não envolve risco, ainda que mínimo?”, questiona. “Veja-se a educação, com os casos de professores agredidos. Mas estou consciente que a minha profissão envolve algum risco e tenho de saber lidar com ele e avaliá-lo de forma a saber lidar com ele”.
Irina já provou que intelectualmente é a melhor. Nos exercícios físicos está ao nível dos homens. No tiro, em que, segundo o instrutor, “as mulheres são, por norma, melhores que os homens”, Irina não foge à regra. Com as unhas impecavelmente arranjadas pega na pistola e dispara 10 tiros para as pernas do alvo. Só falha um. Irina está a preparar o trabalho de final de curso. O tema nem surpreende: ‘As mulheres na GNR’. “Apesar de ter havido alguma resistência inicial à entrada das mulheres, isso está a dissipar-se. Esta nova geração de mulheres da Academia é uma lufada de ar fresco para a Guarda”. Irina teve mais sorte que uma camarada de Infantaria, mas do Exército, igualmente melhor aluna do curso, mas que não resistiu a uma “praxe” violenta, conforme noticiou o Expresso no ano passado. Acabou por desistir.
Irina promete que está “para durar”. Pede licença para destroçar. Faz a continência, rodopia e marcha para fora da parada.
Valentina Marcelino
http://aeiou.semanal.expresso.pt/1caderno/pais.asp?edition=1859&articleid=ES293824
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