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Ocupação do Iraque teve cinco erros básicos

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Mensagem  Vitor mango Sex Jun 20, 2008 1:04 am

Ocupação do Iraque teve cinco erros básicos


Falta de planejamento e arrogância demonstradas desde a invasão comprometeram os planos de Bush para o Iraque
No
dia 1º de maio de 2003, o presidente americano, George W. Bush,
aproximou-se de um microfone montado no porta-aviões USS Abraham
Lincoln e, tendo como fundo uma faixa com os dizeres “missão cumprida”,
declarou: “As maiores operações de combate no Iraque terminaram.”
Quatro
anos e cinco meses depois, mais de 3.700 soldados americanos e milhares
de civis iraquianos estão mortos, o caos reina no Iraque e a guerra
está bem longe de terminar.
Por que a invasão, que deveria
ter sido “simples e rápida”, deu tão errado? Segundo especialistas,
cinco erros básicos - e fenomenais - cometidos nos primeiros meses de
ocupação determinaram todo o curso da guerra no Iraque.
Em
primeiro lugar, o governo americano insistiu em usar um número
insuficiente de soldados para ocupar o país. Apesar de seguidos alertas
de comandantes militares, muitos relegados ao ostracismo, o então
secretário de Defesa americano, Donald Rumsfeld, e seu vice, Paul
Wolfowitz, recusaram-se a enviar mais soldados para o Iraque.
O
segundo erro foi deixar que Bagdá fosse tomada por uma onda de saques
logo depois da invasão. Sem efetivo suficiente para conter os tumultos,
os marines (fuzileiros navais) assistiram, impassíveis, às turbas
destruírem a cidade e parte da herança cultural dos iraquianos,
causando grande ressentimento na população.
Desbaathização
Paul
Bremer, que foi o chefe da Autoridade Provisória da Coalizão entre maio
de 2003 e junho de 2004, é apontado como um dos maiores responsáveis
pelo descarrilamento da missão americana no país. Duas decisões de
Bremer - a “desbaathização” indiscriminada do setor público iraquiano e
o desmantelamento do Exército do Iraque - estão no centro do caos que
tomou conta do Iraque.
Sem muito estudo e a despeito de
alertas de vários especialistas, Bremer determinou “expurgos” nas
universidades, hospitais e ministérios, demitindo todos os iraquianos
que eram membros do Partido Baath, do ex-ditador Saddam Hussein. Com
isso, tirou o emprego de boa parte da elite especializada do país,
essencial para a reconstrução do Iraque.
Boa parte dos professores e médicos integrantes do Partido Baath só havia se filiado ao partido por pressão do regime de Saddam.
Depois,
apesar dos esforços de vários comandantes militares para integrar e
treinar as Forças Armadas iraquianas, Bremer desmantelou o Exército, a
Guarda Republicana e a polícia secreta do país.
Resultado:
cerca de 500 mil desempregados pelas ruas, armados com fuzis AK-47 e
munição à vontade, nos depósitos deixados por Saddam que eram (e são)
muito mal vigiados pelos americanos.
Ou seja, essa decisão
propiciou condições ideais de pressão e temperatura para a formação da
insurgência iraquiana, hoje o maior desafio dos Estados Unidos no
Iraque.
Violência
Por fim, o modus
operandi do Exército americano - pautado pelo uso da força - fez com
que os EUA perdessem corações e mentes no país. Os incidentes na prisão
de Abu Ghraib e o uso de violência para retirar iraquianos suspeitos de
suas casas mudaram toda a atitude em relação aos americanos, que de
salvadores se transformaram em invasores. Isso ajudou a alimentar a
simpatia dos civis iraquianos pelos insurgentes.
“Mesmo
contando todos os erros que os Estados Unidos cometeram no Vietnã,
aquilo foi um trabalho de gênio se for comparado com a ocupação do
Iraque. Se juntássemos os três patetas, os irmãos Marx e todo o elenco
de Saturday Night Live em um filme de guerra, eles não conseguiriam
chegar nem perto do que o governo Bush fez no Iraque”, disse num artigo
Charles Ferguson, diretor do documentário No End in Sight - filme sobre
a guerra do Iraque vencedor do festival Sundance.
Para
Ferguson, a falta de planejamento foi de um amadorismo atroz. A
Organização para Reconstrução e Assistência Humanitária, que tinha a
função de tocar o Iraque após a guerra, foi estabelecida apenas 50 dias
antes da invasão e não recebeu nem computadores. Quando a organização
entrou no Iraque, não dispunha de veículos blindados e contava com
apenas uma dúzia de pessoas que falavam árabe - e elas não tinham
telefone para se comunicar nem acesso à internet.
Na
opinião de James Dobbins, diretor de Segurança Internacional do
Instituto Rand e vice-secretário de Estado nos governos Bill Clinton e
George W. Bush, um dos grandes equívocos foi a falta de espaço para
discordância dentro do governo Bush. “As boas decisões são tomadas a
partir de discussão e oposição - nesse governo, as decisões eram
tomadas por um grupo de pessoas sem ouvir vozes dissonantes.” Dobbins é
autor do artigo “Quem perdeu o Iraque”, que está na edição da Foreign
Affairs que chega às bancas neste mês.
“As pessoas que
tinham dúvidas sobre a necessidade de invadir o Iraque e sobre os
pressupostos dos planos de ocupação e reconstrução do país não foram
encorajadas a falar de suas preocupações.”
Fracasso
Muitos
acreditam que a invasão estava condenada ao fracasso desde o início
porque partiu de suposições equivocadas - afinal, não existiam armas de
destruição em massa e não era tão fácil semear a democracia pelo
Oriente Médio, como pregava o ideário neoconservador.
Democracia
“Eles
acharam que seria fácil criar uma democracia no Iraque, mas nossas
experiências no Japão, Alemanha, Bósnia, Haiti e Kosovo foram
demonstrações claras de que reconstruir nações é uma missão muito
difícil e requer um longo e sério comprometimento”, diz Max Bergmann,
pesquisador de Segurança Nacional do Center for American Progress,
centro de estudos de centro-esquerda. “O governo Bush pensava que ia
começar a retirar as tropas em três meses - eles nunca fizeram um
planejamento para o longo prazo.”
Segundo Bergmann, uma lição
importante é que a democracia não pode ser exportada, ela tem de vir de
baixo. “Podemos encorajar e apoiar a democracia, mas não se pode impor
democracia pela força.”

(Transcrito de O Estado de S. Paulo de 9/9/2007)
Vitor mango
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Mensagem  RONALDO ALMEIDA Sáb Jun 21, 2008 8:55 pm

9/9/2007!!!!! Como as coisas mudaram desde entao!!!! BUSH foi VINDICADO!!! Hoje o IRAQUE e bem diferente!!!! AL-QUEDA, dicimada, guerra entre inimigos TERMINADA. Governo com control do PAIS!!! VIOLENCIA quase NULA!!! AS ESQUERDAS, gostam mesmo de viver do passado e das mentiras!!

RONALDO ALMEIDA

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