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Índios de Roraima têm chance em corte internacional, diz ex-relator da ONU

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Mensagem  Vitor mango Qua Jun 25, 2008 11:53 pm

Índios de Roraima têm chance em corte internacional, diz ex-relator da ONU








Carolina Glycerio
Da BBC Brasil em São Paulo


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Produtores de arroz se recusam a deixar reserva indígena

Os
índios da Reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, ganhariam um
processo na Corte Interamericana de Direitos Humanos se a área da
reserva fosse alterada e o caso fosse levado à instância internacional,
afirmou o ex-relator da ONU para os Direitos Humanos dos Povos
Indígenas Rodolfo Stavenhagen.



Ele
comparou a crise à que aconteceu em 2001, na Nicarágua, com a
comunidade indígena mayagna, de Awas Tingni, que teve sua terra
ameaçada por concessões de exploração dadas pelo governo a companhias
estrangeiras. Os índios apresentaram o caso à corte, que reconheceu o
direito histórico dos índios à terra disputada.


"Foi um divisor de águas na jurisprudência internacional, foi a primeira vez que a corte interamericana assumiu a defesa aberta
dos direitos dos povos indígenas", disse Stavenhagen, atualmente baseado no México.



Segundo o ex-relator, "essa sentença é válida para o Brasil".


Com
uma área de 1,7 milhão de hectares, a reserva indígena Raposa Serra do
Sol foi homologada em 2005 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
em meio a uma polêmica antiga em torno da localização da reserva na
região da fronteira com Guiana e Venezuela.


Nos últimos meses, o debate chegou ao Supremo Tribunal Federal depois que a Polícia Federal tentou retirar da reserva produtores
de arroz que há anos ocupam parte da terra indígena, supostamente com o consentimento de parte dos índios.


Existem 33 ações no STF que contestam a demarcação da terra indígena, incluindo uma do governo de Roraima - que contesta o
laudo antropológico no qual o governo federal se baseou para homologar reserva em área contínua.


'Violação grosseira'

O
ex-relator da ONU, que deu palestra sobre os direitos dos povos
indígenas na Universidade de Brasília (UnB), diz que vem recebendo
informações "preocupantes" dos índios da Raposa Serra do Sol quanto ao
"perigo" de a área da reserva ser revista.


"Notícias de que a Suprema Corte (STF) e alguns ministros têm feito declarações contra essa conquista de direitos humanos
(a homologação da reserva) são muito preocupantes".


"O
reconhecimento do território de acordo com a Constituição de 1988 e com
a legislação internacional é um passo muito bom para os direitos
humanos dos povos indígenas, derrubar isso seria problemático, uma
grosseira violação dos direitos adquiridos."


Stavenhagen diz que usará a visita ao Brasil para reunir dados sobre o caso que apresentará a seu sucessor, o atual relator
da ONU para povos indígenas, James Anaya, e ao Conselho de Direitos Humanos da entidade.


Ele
refuta o argumento de que a constituição de uma reserva indígena em
área de fronteira represente ameaça à segurança nacional.


"A defesa
dos direitos humanos dos povos assentados seria a melhor defesa do
território nacional e da segurança nacional. Haveria uma verdadeira
integração do território nacional, não compreendo por que alguém possa
se sentir ameaçado pela defesa dos direitos indígenas."


O ex-relator argumentou ainda que não há nenhuma ameaça à segurança dos países do continente americano atualmente e disse
que uma mudança dessa situação seria "problema do Brasil".


"Eu
falo da perspectiva dos direitos humanos dos povos indígenas, que
sempre foram vítimas do racismo, e agora que tem direito adquirido a
essas terras, o argumento que surge é o de que eles são ameaça. Esse
argumento não é válido, não sei quais as motivações".


O ex-relator elogiou a postura do governo brasileiro de demarcar e homologar terras indígenas como "um grande avanço" e defendeu
a expulsão dos produtores de arroz da reserva.


"A situação (da reserva) é inteiramente legal, são eles que estão na ilegalidade, foram para lá mesmo depois da demarcação".
Vitor mango
Vitor mango

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