A equipa mais jovem e o "feiticeiro" Hiddink põem à prova a selecção espanhola

Vitor mango Ter Jun 10, 2008 2:36 pm

A equipa mais jovem e o "feiticeiro" Hiddink põem à prova a selecção espanhola

10.06.2008 - 08:08 Manuel Assunção

A
Espanha foi a segunda nação campeã da Europa em futebol, mas desde 1964
que tem vivido num estado de desilusão quase contínuo. Primeiro a
euforia, depois a desilusão. A selecção espanhola parte novamente como
favorita para mais uma grande competição e quer marcar a sua posição no
jogo desta tarde com a Rússia, a equipa mais jovem do Europeu (média de
26,6 anos).

Mais
uma vez, os espanhóis esperam grandes coisas da sua equipa. E a equipa
também. "Será difícil encontrar uma selecção que tenha mais esperança e
vontade do que a nossa", sublinhou o avançado Fernando Torres.

A
expectativa é maximizada pela série de 16 jogos sem perder, 14 deles
vitórias, que inclui sucessos sobre a Itália, a França e a Inglaterra.
Mas a própria Espanha sabe que isso não importa muito, porque também
estava há 25 jogos sem perder quando chegou ao Mundial da Alemanha, o
que não a impediu de ser eliminada nos oitavos-de-final, demasiado cedo
para as suas pretensões.

O historial e o potencial da Rússia é
pior do que o da Espanha. O segundo lugar no Euro 1988, ainda como
URSS, foi o seu último ponto alto na prova.

Os dois países
também se defrontaram na primeira jornada do último Europeu, com a
vitória a cair para o lado espanhol, graças a um golo solitário de
Valerón, no Algarve. Mas nenhuma das duas passou da fase de grupos,
porque foram ultrapassadas por Portugal e Grécia, que seriam finalistas
da competição alguns dias mais tarde.

A Rússia espera contrariar
a tendência dos jogos inaugurais deste Europeu, vencido
maioritariamnente pelos favoritos. "Os jogadores da Espanha são
conhecidos, os nossos não. Espero que isso mude em 24 horas. Não quero
ver uma equipa com medo de jogar como aconteceu nos torneios
anteriores", afirmou o seleccionador Guus Hiddink, apelidado de
"feiticeiro" pela imprensa russa. Apenas um dos 23 convocados da Rússia
joga fora do seu país, Saenko, jogador do Nuremberga. O melhor
cartão-de-visita da Rússia talvez seja a campanha triunfante do Zenit
na última edição da Taça UEFA. Hiddink apostou no seu entrosamento e
chamou vários elementos da equipa de São Petersburgo.

Mas a
capacidade de os russos surpreenderem a Espanha sofreu um golpe com as
ausências de dois dos melhores jogadores do Zenit, o playmaker Andrei
Arshavin e o avançado Pavel Pogrebnyak. Hiddink já conhecia a baixa do
médio-ofensivo há muito tempo, porque este foi expulso no último jogo
de qualificação e só poderá ser utilizado no terceiro jogo do grupo,
contra a Suécia. O problema de Pogrebnyak foi mais inesperado. O melhor
marcador da Taça UEFA lesionou-se na última semana e não vai jogar no
Euro. "Não me posso queixar e começar a chorar. Tenho confiança no
resto da equipa", explicou Hiddink.

"Ponto forte é a equipa"

Como
sempre acontece nestes casos, a Espanha também minimizou as ausências
do adversário. "Eles perderam dois jogadores importantes, mas o ponto
forte da Rússia é a equipa e não um ou dois jogadores", considerou o
espanhol Iniesta. Por outro lado, pelo menos um russo destacou uma
ausência na outra equipa. "A Espanha é uma boa equipa, mas sem mais
elogios. A grande estrela é Raúl, mas não foi convocado. De resto, não
vejo grandes craques", afirmou Zyryanov.

Este vai ser o
primeiro reencontro entre Guus Hiddink e a Espanha desde que a Coreia
do Sul, treinada pelo holandês, eliminou aquela selecção nos
quartos-de-final do campeonato do Mundo de 2002, num jogo muito
polémico e que motivou grandes queixas dos espanhóis em relação à
arbitragem.

Mas essa é outra história.