Os esquadrões da morte regressam
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Os esquadrões da morte regressam
Brasil
Os esquadrões da morte regressam
Milícias paramilitares recorrem à extorsão e ao rapto para controlar as favelas do Rio de Janeiro
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Na segunda-feira, a favela da Rocinha foi alvo de mais uma operação policial FOTO RICARDO MORAES/AP
Milícias mercenárias, formadas por soldados, polícias e bombeiros, no activo ou reformados, constituem um poder em ascensão nas favelas do Rio de Janeiro. Onde há milícias, não existe tráfico nem cartéis de droga. Há intimidação, extorsão, tortura e assassínios - praticados com a mesma truculência dos narcotraficantes. Das cerca de 700 favelas da cidade, 78 já são controladas por este novo modelo de esquadrões da morte.
Mostrar como vive uma comunidade à mercê de uma milícia era o que pretendia uma equipa do jornal carioca ‘O Dia’. Para realizar a reportagem, uma jornalista, um fotógrafo e um motorista do jornal alugaram uma barraca na favela do Batan, em Realengo, na zona oeste. Viveram ali durante 15 dias, até serem sequestrados e torturados pela milícia local.
Depois de sete horas em poder dos raptores, os profissionais foram libertados. Tudo aconteceu no dia 14 de Maio, mas apenas a semana passada o jornal divulgou o caso para não prejudicar as investigações da polícia. O nome das vítimas, que permanecem escondidas sob protecção, continua em sigilo.
‘O Dia’ revela que as vítimas foram mantidas num cárcere privado e interrogadas sob tortura, “submetidas a socos e pontapés, choques eléctricos, sufocamento com saco plástico, roleta-russa e a todo o tipo de tortura psicológica”. Num intervalo entre as agressões, a equipa “identificou o barulho de sirenes iguais às das patrulhas policiais rondando o cativeiro”. Mas os homens que chegavam ao local, em vez de socorrê-los, eram solidários para com os agressores.
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, reconhece o envolvimento de agentes, mas explica que “é muito difícil conseguir provas contra eles”. O homem apontado como líder dos torturadores é um inspector da polícia civil, que está a monte.
Este tipo de milícias surgiu nas favelas cariocas a pretexto da expulsão dos traficantes. Formadas por grupos paramilitares, agiam sob o silêncio das autoridades, que queriam manter os guetos domesticados e reconheciam a ineficácia da polícia para executar tal tarefa. Especula-se até que algumas dessas organizações criminosas estejam vinculadas a políticos.
“As milícias têm origem nos antigos esquadrões da morte e grupos de extermínio dos anos 50 e 60, que figuram na história do banditismo no Rio. Os grupos paramilitares modernos ocupam as favelas e fazem a apropriação privada de serviços que o Estado deveria oferecer”, diz ao Expresso o coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Michel Misse.
As milícias oferecem segurança, mas cobram por isso. O morador que se recuse a pagar vê a casa invadida e é torturado. Além da segurança, as milícias proporcionam outros serviços. Exemplo: fornecimento de televisão por cabo e venda de gás.
A revelação do incidente de ‘O Dia’ ocorreu seis anos após o assassínio do repórter Tim Lopes, da TV Globo, morto por traficantes quando investigava a exploração sexual de crianças e adolescentes.
Maria da Paz Trefaut, correspondente em São Paulo
http://aeiou.semanal.expresso.pt/1caderno/internacional.asp?edition=1858&articleid=ES293366
Os esquadrões da morte regressam
Milícias paramilitares recorrem à extorsão e ao rapto para controlar as favelas do Rio de Janeiro
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Na segunda-feira, a favela da Rocinha foi alvo de mais uma operação policial FOTO RICARDO MORAES/AP
Milícias mercenárias, formadas por soldados, polícias e bombeiros, no activo ou reformados, constituem um poder em ascensão nas favelas do Rio de Janeiro. Onde há milícias, não existe tráfico nem cartéis de droga. Há intimidação, extorsão, tortura e assassínios - praticados com a mesma truculência dos narcotraficantes. Das cerca de 700 favelas da cidade, 78 já são controladas por este novo modelo de esquadrões da morte.
Mostrar como vive uma comunidade à mercê de uma milícia era o que pretendia uma equipa do jornal carioca ‘O Dia’. Para realizar a reportagem, uma jornalista, um fotógrafo e um motorista do jornal alugaram uma barraca na favela do Batan, em Realengo, na zona oeste. Viveram ali durante 15 dias, até serem sequestrados e torturados pela milícia local.
Depois de sete horas em poder dos raptores, os profissionais foram libertados. Tudo aconteceu no dia 14 de Maio, mas apenas a semana passada o jornal divulgou o caso para não prejudicar as investigações da polícia. O nome das vítimas, que permanecem escondidas sob protecção, continua em sigilo.
‘O Dia’ revela que as vítimas foram mantidas num cárcere privado e interrogadas sob tortura, “submetidas a socos e pontapés, choques eléctricos, sufocamento com saco plástico, roleta-russa e a todo o tipo de tortura psicológica”. Num intervalo entre as agressões, a equipa “identificou o barulho de sirenes iguais às das patrulhas policiais rondando o cativeiro”. Mas os homens que chegavam ao local, em vez de socorrê-los, eram solidários para com os agressores.
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, reconhece o envolvimento de agentes, mas explica que “é muito difícil conseguir provas contra eles”. O homem apontado como líder dos torturadores é um inspector da polícia civil, que está a monte.
Este tipo de milícias surgiu nas favelas cariocas a pretexto da expulsão dos traficantes. Formadas por grupos paramilitares, agiam sob o silêncio das autoridades, que queriam manter os guetos domesticados e reconheciam a ineficácia da polícia para executar tal tarefa. Especula-se até que algumas dessas organizações criminosas estejam vinculadas a políticos.
“As milícias têm origem nos antigos esquadrões da morte e grupos de extermínio dos anos 50 e 60, que figuram na história do banditismo no Rio. Os grupos paramilitares modernos ocupam as favelas e fazem a apropriação privada de serviços que o Estado deveria oferecer”, diz ao Expresso o coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Michel Misse.
As milícias oferecem segurança, mas cobram por isso. O morador que se recuse a pagar vê a casa invadida e é torturado. Além da segurança, as milícias proporcionam outros serviços. Exemplo: fornecimento de televisão por cabo e venda de gás.
A revelação do incidente de ‘O Dia’ ocorreu seis anos após o assassínio do repórter Tim Lopes, da TV Globo, morto por traficantes quando investigava a exploração sexual de crianças e adolescentes.
Maria da Paz Trefaut, correspondente em São Paulo
http://aeiou.semanal.expresso.pt/1caderno/internacional.asp?edition=1858&articleid=ES293366
Re: Os esquadrões da morte regressam
Vi há pouco tempo o filme BOPE-tropa de elite
Tinha lá esta música.
Tinha lá esta música.
Re: Os esquadrões da morte regressam
Esquadroes da morte, nunca terminaram no BRASIL, meu amigo.
RONALDO ALMEIDA- Mensagens : 190
Data de inscrição : 04/06/2008
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