Prémios Produto Inovação COTEC
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Prémios Produto Inovação COTEC
Investigação e desenvolvimento
Prémios Produto Inovação COTEC-Unicer Nokia Siemens e Galp vencem, ISA e WeDo com menções honrosas
Um dia a falar de inovação
Pode haver quem ache que é de mais passar um dia inteiro a falar de inovação. Mas pelo que se viu no 5º Encontro Nacional de Inovação COTEC, o que devíamos fazer era passar os 365 dias de cada ano a falar e, sobretudo, a praticar inovação. Sem isso, temos um grande passado, um presente difícil e nenhum futuro.
Há excelentes exemplos, claro, como os produtos que ganharam «ex-aqueo» o Prémio Produto Inovação COTEC-Unicer, desenvolvidos pelos cérebros nacionais: Optical Channel Unit, o primeiro «transponder» (dispositivo responsável pela ligação entre redes metropolitanas e nacionais) mundial de redes ópticas DWDM de muito longo alcance, desenvolvido pela Nokia Siemens Networks Portugal; e a garrafa de gás ultraleve Pluma, da Galp, que já recebeu vários prémios internacionais.
Foram igualmente atribuídas duas menções honrosas. A primeira à Global Telemetry Solution for Energy Efficiency, desenvolvida pela ISA - Intelligent Sensing Anywhere, um produto que é líder europeu no mercado de telemetria (ou telecontagem) de GPL. A segunda coube ao sistema RAID - Revenue Assurance Integrated Driller, da WeDo Consulting, que o júri considerou ser uma solução excelente para um problema com enorme significado para as empresas de «utilities».
Há, contudo, muito a fazer. João Picoito, CEO da Nokia Siemens Networks Portugal, lembrou que produzimos muita propriedade intelectual, mas protegemo-la pouco. E temos uma «performance» que é um centésimo da dos países escandinavos: nós registamos seis patentes por cada milhão de habitantes e eles entre 200 e 300.
Já Rui Guimarães, director-geral da COTEC, chamou a atenção para outro tema: as empresas subavaliam o esforço que fazem em Investigação e Desenvolvimento do ponto de vista contabilístico, o que penaliza o país nas classificações internacionais nesta matéria.
António Borges disse que ia ser bastante radical e não desiludiu: arrasou a política económica do Governo, acusando-a de ser a responsável pelos baixos níveis de inovação no tecido empresarial português. Ora, a inovação, como disse, é a chave do crescimento económico nos países desenvolvidos, ao contrário dos países emergentes, que assenta o seu crescimento num modelo económico tradicional. “Quando passamos para os países desenvolvidos, o investimento não é a chave do crescimento económico. O crescimento só se dá com saltos qualitativos, com melhores tecnologias e melhores soluções. O importante são os ganhos de eficiência. E esses vêm do investimento inovador”.
Nesse quadro, o antigo vice-governador do Banco de Portugal considera que não se pode pensar em inovação sem orientação para os mercados externos. E isso implica “uma política de investimento directo (IDE) estrangeiro completamente diferente. Precisamos de IDE profundamente inovador. Teríamos de ser muito mais selectivos. Acho extraordinário que se enalteça uma empresa que veio para cá fazer móveis, mesmo que se chame Ikea, porque móveis é uma coisa que sabemos fazer há muito tempo”. Terminou a dizer que os modelos que devemos seguir são os da Irlanda, Dinamarca, Finlândia, Suécia e Noruega.
Clayton Christensen, da Harvard Business School, dissertou de Boston, por videoconferência, sobre ‘How to create new growth businesses in a risk-minimizing environment’, intervenção comentada por Angus Kingon, da Brown University, Paulo Azevedo, CEO da Sonae, e Rui Diniz, «partner» da McKinsey.
Artur Santos Silva, presidente da COTEC, sustentou que “se a inovação não for devidamente assumida em termos de estratégia das organizações, se não se enraizar na sua cultura, se não for assumida pelos seus recursos humanos desde o topo até à base e se não for servida por sistemas de gestão eficientes e eficazes, então a mudança de paradigma de que muitas das nossas organizações tanto carecem não ocorrerá com a necessária rapidez que a globalização de uma economia baseada no conhecimento lhes impõe”.
Mas que estamos muito longe desse objectivo disse-o o Presidente da República sem rebuços. “Em Portugal, e apesar dos progressos observados nos últimos anos, em alguns sectores, o desempenho da inovação empresarial continua a situar-se bastante aquém da média europeia. Esta constatação é manifestamente preocupante e contrasta com o progresso do investimento público em actividades de investigação”.
Ao contrário, Cavaco Silva defendeu as instituições científicas portuguesas, que têm registado uma “profunda evolução” nas duas últimas décadas, abrindo as suas portas ao mercado, sendo por isso paradoxal que a cooperação com as empresas “se tenha mantido em níveis limitados”. A responsabilidade maior, contudo, parece ser, para o Presidente da República, dos empresários e gestores, a quem convidou “a tomar a iniciativa e a conhecer mais de perto o dinamismo e as capacidades das nossas instituições científicas”.
Prémios Produto Inovação COTEC-Unicer Nokia Siemens e Galp vencem, ISA e WeDo com menções honrosas
Um dia a falar de inovação
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Cavaco Silva e Belmiro de Azevedo ouvem Artur Santos Silva, que enalteceuo papel da COTEC na promoção de umanova prática de inovação empresarial FOTOS LUÍS FILIPE CATARINO/PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA |
Há excelentes exemplos, claro, como os produtos que ganharam «ex-aqueo» o Prémio Produto Inovação COTEC-Unicer, desenvolvidos pelos cérebros nacionais: Optical Channel Unit, o primeiro «transponder» (dispositivo responsável pela ligação entre redes metropolitanas e nacionais) mundial de redes ópticas DWDM de muito longo alcance, desenvolvido pela Nokia Siemens Networks Portugal; e a garrafa de gás ultraleve Pluma, da Galp, que já recebeu vários prémios internacionais.
1º Prémio «ex aequo» João Picoito, CEO da Nokia Siemens Networks Portugal, é cumprimentado pelo Presidente da República pela vitória do OCU |
Há, contudo, muito a fazer. João Picoito, CEO da Nokia Siemens Networks Portugal, lembrou que produzimos muita propriedade intelectual, mas protegemo-la pouco. E temos uma «performance» que é um centésimo da dos países escandinavos: nós registamos seis patentes por cada milhão de habitantes e eles entre 200 e 300.
1º Prémio «ex-aequo» A Pluma, a bilha de gás inventada pela Galp, representada na conferência por Fernando Gomes, foi a outra vencedora |
António Borges disse que ia ser bastante radical e não desiludiu: arrasou a política económica do Governo, acusando-a de ser a responsável pelos baixos níveis de inovação no tecido empresarial português. Ora, a inovação, como disse, é a chave do crescimento económico nos países desenvolvidos, ao contrário dos países emergentes, que assenta o seu crescimento num modelo económico tradicional. “Quando passamos para os países desenvolvidos, o investimento não é a chave do crescimento económico. O crescimento só se dá com saltos qualitativos, com melhores tecnologias e melhores soluções. O importante são os ganhos de eficiência. E esses vêm do investimento inovador”.
Menção honrosa Um produto líder europeu no mercado de telemetria também foi distinguido. José Basílio Simões, da ISA, recebeu o diploma |
Clayton Christensen, da Harvard Business School, dissertou de Boston, por videoconferência, sobre ‘How to create new growth businesses in a risk-minimizing environment’, intervenção comentada por Angus Kingon, da Brown University, Paulo Azevedo, CEO da Sonae, e Rui Diniz, «partner» da McKinsey.
Artur Santos Silva, presidente da COTEC, sustentou que “se a inovação não for devidamente assumida em termos de estratégia das organizações, se não se enraizar na sua cultura, se não for assumida pelos seus recursos humanos desde o topo até à base e se não for servida por sistemas de gestão eficientes e eficazes, então a mudança de paradigma de que muitas das nossas organizações tanto carecem não ocorrerá com a necessária rapidez que a globalização de uma economia baseada no conhecimento lhes impõe”.
Menção honrosa Rui Paiva levou a distinção pela solução para as empresas de «utilities», de impacto global, que a WeDo Consulting concebeu |
Ao contrário, Cavaco Silva defendeu as instituições científicas portuguesas, que têm registado uma “profunda evolução” nas duas últimas décadas, abrindo as suas portas ao mercado, sendo por isso paradoxal que a cooperação com as empresas “se tenha mantido em níveis limitados”. A responsabilidade maior, contudo, parece ser, para o Presidente da República, dos empresários e gestores, a quem convidou “a tomar a iniciativa e a conhecer mais de perto o dinamismo e as capacidades das nossas instituições científicas”.
Texto Nicolau Santos
http://aeiou.semanal.expresso.pt/2caderno/economia/artigo.asp?edition=1858&articleid=ES293286
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