A FRAGILIDADE EUROPEIA
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A FRAGILIDADE EUROPEIA
A FRAGILIDADE EUROPEIA
Adriano Moreira
professor universitário
O facto de o terrorismo global ter manifestamente em vista os
ocidentais, embora escolhendo a demonstração da vulnerabilidade dos EUA
e a ofensa à dignidade da proclamada nação indispensável, também animou
a convicção de que a sede do poder mundial ainda era ali reconhecida
pelo mundo circundante.
A resposta mal fundamentada e mal conduzida está a ser acompanhada por
uma crise financeira, e por um desgaste do apoio cívico ao esforço
militar, que fazem suspeitar de que a fadiga dos metais, uma doença dos
impérios, mostra os primeiros sintomas alarmantes. Neste quadro, em que
a ameaça terrorista paira em relação a todos os países ocidentais, sem
distinção de grandes e pequenos, o espaço europeu, além de estar
abrangido pelo perigo da agressão, tem excessivas razões para avaliar a
sua debilidade em vista da sua própria circunstância. Nesta
circunstância inscreve-se a erosão da solidariedade atlântica derivada
da cisão que se verificou com os apoios escassos à aventura iraquiana,
cisão que não reforça a capacidade europeia na área da segurança e
defesa, e que é necessário reparar. Acresce que a polemologia do
milénio não conta apenas com o uso da força militar.
De facto o globalismo económico destacou a agressão económica como um
instrumento estratégico da maior importância e perigosidade. Neste
caso, a Europa está numa situação de vulnerabilidade aguda, como
subitamente se tornou evidente com a crise dos combustíveis.
A expansão colonial do século XIX foi justificada pelas democracias
europeias da frente atlântica, nos respectivos parlamentos, pela
necessidade de dominar as fontes de matérias-primas e garantir mercados
de produtos acabados. Destruído esse império, a realidade, demonstrada
pelas manifestações que desfilam pelas capitais europeias, é que a
Europa é um espaço com debilidades, carente de matérias-primas, carente
de energia, carente de mão-de-obra, e começa a dar sinais de carência
de confiança.
A globalização implica sistemas abertos que sofrem as intervenções cuja
origem a lei da reflexividade situa nas antigas dependências coloniais,
e os sinais de que a capacidade europeia de reformular e reanimar o
sistema está em dificuldades são eloquentes. A falta actual de
lideranças poderosas e confiáveis também não ajuda a inverter a
tendência.
Os noticiários parecem mais empenhados em abordar os debates sobre as
mudanças dos modelos de comportamento social, ou sobre os vários circos
de entretenimento dos tempos livres, incluindo a agenda de tempos
livres de líderes políticos, do que os debates cívicos e políticos
sobre a relação da Europa com a circunstância que a envolve de maus
augúrios e de más notícias.
A crise que traz multidões para a rua em protesto pelas dificuldades de
vida causadas pela disfunção do sistema económico globalista, que foi
instalado com oferecida abonação científica e pouca governança, não é
amenizada pelo recurso a semânticas paliativas porque a pobreza
crescente, o desemprego, e a fome, incitam ao exercício de direitos
naturais pouco condescendentes. Esses direitos naturais exigem uma
sociedade de confiança para que a contenção recíproca, necessária para
assegurar a coexistência efectiva de todos, seja um regulador natural.
A pouco amiga circunstância externa, exige uma sólida mobilização
cívica a que a UNESCO de longe apela, para que a política retome o
comando confiável e oriente o rumo para horizontes menos inquietantes.
Por isso, a busca de um projecto de governança confiável não pode ser
fixada e dramatizada na rejeição de uma proposta de Tratado, como se
apenas houvesse para cada futuro uma visão de método sem alternativa.
Também não é o prestígio dos proponentes do método de Lisboa que está
em causa: continua a ser o futuro, muito mais difícil de prospectivar e
harmonizar do que encontrar depois o método apropriado.
Uma escolha de método que, para respeitar a comunidade europeia de
direito, e não agravar a fragilidade, também não pode aceitar transpor
a avaliação do exercício do direito da Irlanda para o plano dos
imperativos de uma coligação política maioritária.
Adriano Moreira
professor universitário
O facto de o terrorismo global ter manifestamente em vista os
ocidentais, embora escolhendo a demonstração da vulnerabilidade dos EUA
e a ofensa à dignidade da proclamada nação indispensável, também animou
a convicção de que a sede do poder mundial ainda era ali reconhecida
pelo mundo circundante.
A resposta mal fundamentada e mal conduzida está a ser acompanhada por
uma crise financeira, e por um desgaste do apoio cívico ao esforço
militar, que fazem suspeitar de que a fadiga dos metais, uma doença dos
impérios, mostra os primeiros sintomas alarmantes. Neste quadro, em que
a ameaça terrorista paira em relação a todos os países ocidentais, sem
distinção de grandes e pequenos, o espaço europeu, além de estar
abrangido pelo perigo da agressão, tem excessivas razões para avaliar a
sua debilidade em vista da sua própria circunstância. Nesta
circunstância inscreve-se a erosão da solidariedade atlântica derivada
da cisão que se verificou com os apoios escassos à aventura iraquiana,
cisão que não reforça a capacidade europeia na área da segurança e
defesa, e que é necessário reparar. Acresce que a polemologia do
milénio não conta apenas com o uso da força militar.
De facto o globalismo económico destacou a agressão económica como um
instrumento estratégico da maior importância e perigosidade. Neste
caso, a Europa está numa situação de vulnerabilidade aguda, como
subitamente se tornou evidente com a crise dos combustíveis.
A expansão colonial do século XIX foi justificada pelas democracias
europeias da frente atlântica, nos respectivos parlamentos, pela
necessidade de dominar as fontes de matérias-primas e garantir mercados
de produtos acabados. Destruído esse império, a realidade, demonstrada
pelas manifestações que desfilam pelas capitais europeias, é que a
Europa é um espaço com debilidades, carente de matérias-primas, carente
de energia, carente de mão-de-obra, e começa a dar sinais de carência
de confiança.
A globalização implica sistemas abertos que sofrem as intervenções cuja
origem a lei da reflexividade situa nas antigas dependências coloniais,
e os sinais de que a capacidade europeia de reformular e reanimar o
sistema está em dificuldades são eloquentes. A falta actual de
lideranças poderosas e confiáveis também não ajuda a inverter a
tendência.
Os noticiários parecem mais empenhados em abordar os debates sobre as
mudanças dos modelos de comportamento social, ou sobre os vários circos
de entretenimento dos tempos livres, incluindo a agenda de tempos
livres de líderes políticos, do que os debates cívicos e políticos
sobre a relação da Europa com a circunstância que a envolve de maus
augúrios e de más notícias.
A crise que traz multidões para a rua em protesto pelas dificuldades de
vida causadas pela disfunção do sistema económico globalista, que foi
instalado com oferecida abonação científica e pouca governança, não é
amenizada pelo recurso a semânticas paliativas porque a pobreza
crescente, o desemprego, e a fome, incitam ao exercício de direitos
naturais pouco condescendentes. Esses direitos naturais exigem uma
sociedade de confiança para que a contenção recíproca, necessária para
assegurar a coexistência efectiva de todos, seja um regulador natural.
A pouco amiga circunstância externa, exige uma sólida mobilização
cívica a que a UNESCO de longe apela, para que a política retome o
comando confiável e oriente o rumo para horizontes menos inquietantes.
Por isso, a busca de um projecto de governança confiável não pode ser
fixada e dramatizada na rejeição de uma proposta de Tratado, como se
apenas houvesse para cada futuro uma visão de método sem alternativa.
Também não é o prestígio dos proponentes do método de Lisboa que está
em causa: continua a ser o futuro, muito mais difícil de prospectivar e
harmonizar do que encontrar depois o método apropriado.
Uma escolha de método que, para respeitar a comunidade europeia de
direito, e não agravar a fragilidade, também não pode aceitar transpor
a avaliação do exercício do direito da Irlanda para o plano dos
imperativos de uma coligação política maioritária.
Vitor mango- Mensagens : 304
Data de inscrição : 04/06/2008
Re: A FRAGILIDADE EUROPEIA
a europa ESTA dividida; OS GRANDES E OS PEQUENOS, os que querem e os que estao a ser forcados , A Direita E A esquerda. A LINGUA, a HISTORIA, as GUERRA e odios antigos, as RIVALIDADES!!!
sO UMA guerra civil PARA UNIR ESSA malta!! A FORCA!!
sO UMA guerra civil PARA UNIR ESSA malta!! A FORCA!!
RONALDO ALMEIDA- Mensagens : 190
Data de inscrição : 04/06/2008
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