Ex-religiosa quer indemnização
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Ex-religiosa quer indemnização
Ex-religiosa quer indemnização
SUSANA GUARDA, Guarda
Guarda. Julgamento inédito em Portugal
Faltas ao trabalho e excesso de telefonemas são duas das acusações
Apenas três testemunhas de defesa foram chamadas, ontem, à sala de audiências do Tribunal da Guarda, no caso que levou uma ex-leiga da Liga dos Servos de Jesus a reclamar uma indemnização à instituição, depois de expulsa.
O caso remonta a Março de 2001, quando Maria de Fátima Diogo foi chamada a um conselho extraordinário da instituição, onde foi informada que o melhor era sair da Liga dos Servos de Jesus. Em causa estaria a sua ideia de querer tirar o curso de assistente social na Universidade de Coimbra, iniciativa mal aceite pelas superioras. Mas as relações já não seriam as melhores nos 23 anos de serva, onde haveria "mal-estar" e "invejas" da sua actividade com os jovens e paroquianos. Expulsa e sem perspectivas de vida que não seguir a vocação que sentiu desde jovem, Maria de Fátima sentiu-se injustiçada e decide prosseguir para a barra do tribunal, reclamando uma indemnização de 120 mil euros, metade do ordenado mínimo por cada ano de trabalho.
Ontem, na sala de audiências do Tribunal da Guarda, ouviram-se servas hierarquicamente superiores da Liga. As acusações de faltas ao trabalho, excesso de telefonemas, desobediências às apertadas regras da instituição e uma pessoa de difícil trato interno, mas "boa relações públicas" foram algumas das características apontadas pelas leigas, e levaram Maria de Fátima a mudar sete vezes entre as escolas da instituição. Tudo, afirma a ex-leiga, "coisitas", porque "não conseguem comprovar um acto concreto e real do meu comportamento". "Mesmo que eu lá tivesse cometido um disparate dentro era mais uma razão para serem humanas e acolhedoras. Onde está o perdão que apregoam?" Por tudo isto, Maria de Fátima considera que foi vítima de "um atentado à pessoa humana" e aponta, na instituição, "uma consciência moral mal formada", e a "pouca abertura aos tempos actuais". "Eu quis fazer o curso de assistente social para servir melhor a instituição e a comunidade. Nunca esteve em causa a minha saída, e essa minha proposta não foi aceite. Aliás, qualquer proposta que eu fizesse, se tivesse uma ponta de inovação, não era aceite", adianta.
Desde que foi expulsa da Liga Maria de Fátima foi contratada pela autarquia da Guarda e colocada como assistente de acção educativa no jardim de infância de Vila Garcia. "À Câmara da Guarda estou eternamente grata pelo acolhimento e aí sim, respeitam-me como pessoa", revela. O caso, que decorre desde Outubro, torna-se inédito em Portugal por ser um tribunal cível a tratar de assuntos que envolvem a Igreja.
SUSANA GUARDA, Guarda
Guarda. Julgamento inédito em Portugal
Faltas ao trabalho e excesso de telefonemas são duas das acusações
Apenas três testemunhas de defesa foram chamadas, ontem, à sala de audiências do Tribunal da Guarda, no caso que levou uma ex-leiga da Liga dos Servos de Jesus a reclamar uma indemnização à instituição, depois de expulsa.
O caso remonta a Março de 2001, quando Maria de Fátima Diogo foi chamada a um conselho extraordinário da instituição, onde foi informada que o melhor era sair da Liga dos Servos de Jesus. Em causa estaria a sua ideia de querer tirar o curso de assistente social na Universidade de Coimbra, iniciativa mal aceite pelas superioras. Mas as relações já não seriam as melhores nos 23 anos de serva, onde haveria "mal-estar" e "invejas" da sua actividade com os jovens e paroquianos. Expulsa e sem perspectivas de vida que não seguir a vocação que sentiu desde jovem, Maria de Fátima sentiu-se injustiçada e decide prosseguir para a barra do tribunal, reclamando uma indemnização de 120 mil euros, metade do ordenado mínimo por cada ano de trabalho.
Ontem, na sala de audiências do Tribunal da Guarda, ouviram-se servas hierarquicamente superiores da Liga. As acusações de faltas ao trabalho, excesso de telefonemas, desobediências às apertadas regras da instituição e uma pessoa de difícil trato interno, mas "boa relações públicas" foram algumas das características apontadas pelas leigas, e levaram Maria de Fátima a mudar sete vezes entre as escolas da instituição. Tudo, afirma a ex-leiga, "coisitas", porque "não conseguem comprovar um acto concreto e real do meu comportamento". "Mesmo que eu lá tivesse cometido um disparate dentro era mais uma razão para serem humanas e acolhedoras. Onde está o perdão que apregoam?" Por tudo isto, Maria de Fátima considera que foi vítima de "um atentado à pessoa humana" e aponta, na instituição, "uma consciência moral mal formada", e a "pouca abertura aos tempos actuais". "Eu quis fazer o curso de assistente social para servir melhor a instituição e a comunidade. Nunca esteve em causa a minha saída, e essa minha proposta não foi aceite. Aliás, qualquer proposta que eu fizesse, se tivesse uma ponta de inovação, não era aceite", adianta.
Desde que foi expulsa da Liga Maria de Fátima foi contratada pela autarquia da Guarda e colocada como assistente de acção educativa no jardim de infância de Vila Garcia. "À Câmara da Guarda estou eternamente grata pelo acolhimento e aí sim, respeitam-me como pessoa", revela. O caso, que decorre desde Outubro, torna-se inédito em Portugal por ser um tribunal cível a tratar de assuntos que envolvem a Igreja.
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